Minha Primeira Aula

Para cumprir a grade curricular da faculdade, do curso de pedagogia da Univesp, nos foi apresentado um projeto integrador que tinha como tema principal:


Projeto Integrador 1 (3.º e 4.º bimestres)
Tema: Práticas de convívio social na escola, Ensino Fundamental I(1.º ao 5.º ano): propostas didáticas que considere o desenvolvimento cognitivo, afetivo e social da criança no contexto escolar.

Assim sendo, meu grupo e eu começamos a desenvolver  o tal do projeto pela busca de um problema específico, dentro do tema principal e também de uma parceria. Foi aí que conheci a Diretora Edméia e a Escola Oswaldo Quirino Simões em Osasco. Em visita à escola, entrevistando professores, a própria diretora e outros funcionários, percebemos que havia um problema social que interferia no convívio da escola, e que também havia um problema de relacionamento interpessoal entre os alunos devido ao reflexo de ações da comunidade fora do ambiente escolar. Com isso em mãos, iniciamos a busca por informações, soluções existentes, autores e descobrimos uma gama enorme de conteúdos a serem explorados que devam embasamento teórico ao nosso projeto e garantia que o mesmo fosse levado a sério, sem aquele papo de "achismo", sabe? Esta aqui e aqui, por que de acordo com fulano de tal é assim e assim.  Denominamos o nosso projeto como: Práticas de convívio social na escola, Ensino Fundamental: Estudo sobre as relações interpessoais do aluno no contexto escolar.
Olhem só o tanto de vezes que passamos e repassamos e reestruturamos o projeto ate chegar ao resultado desejado. 

Bem em fim realizamos o projeto em parceria com a escola, e nessa tratativa de resolver o problema apresentado, sugerimos atividades praticas para serem feitas com os alunos que abordassem de maneira objetiva o assunto. Baseamos essas atividades no trabalho realizado pela Fundação Tide Setúbal,  nas pesquisas do trabalho do psicólogo Kurt Lewin, e no livro infantil A lata de sentimentos da Mônica Guttman. 
Então chegou o dia, a pedido da escola fomos aplicar as atividades. Nesse momento me vejo nervosa, ansiosa, suando frio, o medo a ansiedade percorrendo meu corpo, uma adrenalina incomparável, pensamentos me ocorrem: O que me aguarda? Como corresponder aos alunos? Como me comportar em sala? Será que vão entender? Será que a atividade é boa? Será que vou conseguir aplicar? (....) ALGUÉM PARA ME AJUDAR? Não!  Isso é um problema meu, são minhas inseguranças, o meu medo de falhar, de errar, de ser julgada. Por fim, encaro o desafio e vou (afinal não tinha outra solução). 
Ao entrar na sala com minha colega, olho para os alunos (Ok. Sou  a professora agora), os alunos me olham (Ok. São meus alunos agora). Começo  a falar com eles: 
Eu ajudando com a tinta
- Bom dia! Pessoal, tudo bem?  (Penso: Nossa gravar os vídeos com essa introdução ajuda, era algo seguro, algo que eu já fazia pro canal e inconscientemente já tinha internalizado como informação para "quebrar o gelo").
Então  vem a onda de calor humano, que só quem passa por essa experiencia sente. Aquelas carinhas sorridentes, aqueles olhos brilhantes, aquela enxurrada de vozes te respondendo em alto e bom som! 
- BOM DIA! PROFESSORA! 
" (OH MY GOD!)"
No decorrer da aula vou me acalmando, vou contando a história do livro, vou explicando os sentimentos e solícito que os alunos façam uma atividade com tinta guache que represente a história, que represente seus sentimentos e emoções mais intensas. Minha colega, vai andando pela sala de aula, auxiliando os alunos. (Tia, professora, explica aqui, olha o meu…) Nesse momento vem uma onda de sentimentos (alegria, realização...) são tantas as emoções que chega ser  indescritível: CONSEGUI!
Desenhos baseados na história: A lata de sentimentos

Aluna realizando a atividade


Errei em algo? Sim.  Aprendi com meu erro. E segui. (Explico no post de domingo o meu erro)
Depois me vi encarando os mesmo sentimentos anteriores para dar a mesma aula a tarde. Aquela sensação de "borboletas no estomago". E por mais que no mesmo dia, de manhã, tínhamos feito a apresentação do mesmo conteúdo, a tarde, juro por Deus que está no céu, eu estava tão nervosa, que ate mesmo para ler palavras simples da história conseguia errar. 
(Ei, calma respira, respira, respira - está tudo bem, é assim mesmo!).
 No período da tarde, já fui aperfeiçoando alguns erros da manhã, mas uma coisa tenho para afirmar:
Toda aula é diferente, podemos ensaiar, planejar, roteirizar, mas a fluidez da mesma, só é boa, quando os alunos participam, interagem, perguntam, questionam e escutam. A aula é para eles, mas cabe ao professor, tentar na pratica, entender o aluno, seu campo de interesse e mante-lo focado no que se esta ensinando, e digo mais, isso não é tarefa fácil. Pois esses alunos se distraem ate com uma mosca (vai por mim, eu sou esse tipo de aluno). Porém é absurdo o entusiasmo por algo novo,  gratidão e carinho recebido da parte deles, é muito, mas muito, gratificante ser professor. 
Então cheguei em casa, sentei, analisei meus erros, meus acertos, minhas conversas com o professor titular, minha interação com os alunos, e fui preparar a segunda aula. Uma atividade que visa o senso de pertencimento. Cortei, colei, pintei, criei. E sim valeu cada minuto. Ao olhar a carinha dos alunos no dia seguinte, percebi que todo trabalho, feito com carinho, é recebido com carinho, e o melhor, gera a tal da curiosidade que o aluno precisa para buscar mais conhecimentos sozinhos. 
Atividade do mapa sendo desenvolvida 

Eu ajudando os alunos a colarem suas casinhas 

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